A partir do avanço do número de casos de infectação, especialistas estimam que as mortes diárias poderão superar 5.000, em abril
O Ministério da Saúde confirmou mais 3.438 mortes pela covid-19 entre esta 6ª feira, 26.03, e a tarde deste sábado, 27.03. Segundo o boletim epidemiológico que a pasta divulgou no início da noite, o total de óbitos pela doença já atestados chegou hoje a 310.550.
Esta é a terceira vez esta semana que o total de vítimas fatais da doença ultrapassa a casa dos três mil: na 3ª feira, 23.03, foram registrados 3.250 óbitos. Em 26.03 o número chegou a 3.650 – pior registrado desde que o primeiro caso da doença no Brasil foi confirmado, em fevereiro de 2020.
Nas últimas 24 horas, também foram contabilizados mais 85.948 novos casos confirmados por meio de exames laboratoriais, elevando para 12.490.362 o total de pessoas já infectadas pelo novo coronavírus.
Das pessoas que adoeceram, 10.879.627 (ou 87% do total) já são consideradas recuperadas, enquanto 1.300.362 (10,4%) seguem sendo acompanhadas. Há ainda outros 3.607 casos suspeitos sob investigação, à espera dos resultados dos exames laboratoriais.
O balanço do Ministério da Saúde é produzido com as informações coletadas pelas autoridades estaduais de saúde.
Estados
A Secretaria de Saúde do Ceará, que, ontem, deixou de atualizar seus dados devido a problemas técnicos, informou ao Ministério da Saúde 195 novos óbitos e 5.617 casos confirmados, elevando para 13.508 o total de mortes e 522.173 casos registrados no estado.
O ranking de estados com mais mortes pela covid-19 segue sendo liderado por São Paulo, onde 71.747 pessoas já perderam a vida devido às consequências da doença. Em seguida vem o Rio de Janeiro (36.026), Minas Gerais (23.366), Rio Grande do Sul (18.680) e Paraná (16.124). Já as Unidades da Federação com menos óbitos são Acre (1.229), Amapá (1.268), Roraima (1.320), Tocantins (1.942) e Sergipe (3.411).
Pico das mortes diárias
Pesquisa conduzida na Universidade Federal Fluminense, pelo professor Márcio Watanabe, do Departamento de Estatística, realizou a análise de dados da pandemia de mais de 50 países, de setembro/2020 até março/2021. O trabalho evidenciou a existência de um fator determinante na ocorrência de surtos do virus da Covid-19
A pesquisa -- intitulada “Detecção precoce da sazonalidade e predição de segundas ondas na pandemia de COVID-19” --, confirmou evidências de que a sazonalidade afeta a transmissão da COVID-19.
Baseada em modelos matemáticos epidemiológicos, aplicados sobre dados colhidos no período compreendido entre março a agosto/2020, a pesquisa estima que o pico dos óbitos ocorrerá no período de abril e maio/2021, como números diários entre 3.000 e 5.000, números que dependerão da velocidade da vacinação e das medidas de distanciamento social adotadas.
No estudo, o professor Watanabe recomenda que é "essencial reduzir aglomerações como ônibus lotados, que têm sido ignorados pelo poder público ao longo da pandemia”,